Quantas vezes você já parou para pensar no impacto ambiental que sua alimentação pode ter?
A produção de alimentos de origem animal requer 2,9 vezes mais água, 2,5 vezes mais energia primária, 13 vezes mais fertilizantes e 19 vezes mais fertilizantes e 1,4 vezes mais pesticidas que a produção de alimentos de origem vegetal. Além disso, estima-se que 80% dos gases do efeito-estufa produzidos pelo setor de alimentos sejam provenientes da pecuária, o que representa 24% da emissão global dos gases. A pecuária ocupa 70% de todas as terras agrícolas do mundo e consome 29% de toda a água gasta na agricultura.
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O motivo é simples: para produzir carnes, é necessário alimentar os animais. Mas eles, assim como nós, gastam energia enquanto estão vivos (para manter todas as funções vitais). Por isso, estima-se que a conversão de proteína vegetal para proteína animal seja extremamente ineficiente, na razão de 10:1. Ou seja, para a produção de 1kg de proteína proveniente de carne, é necessário produzir 10kg de proteína vegetal para alimentar os animais enquanto estão vivos. Essa proporção, na verdade, é bastante variável a depender do tipo de animal, e é padronizada por meio da quantidade de calorias gastas para produzir uma caloria de proteína. Para produzir frango, por exemplo, são necessárias quatro calorias de combustíveis fósseis para cada caloria de proteína produzida. Já no caso de proteína de carne bovina, 40 calorias são necessárias para a mesma produção. Para carne de porco e laticínios, a taxa é de 14 calorias para cada caloria de proteína. Já para ovos, o valor é similar ao da carne bovina (39 calorias). Em média, a energia gasta para a produção de cada grama de proteína animal (25kcal/g) é 11 vezes maior que aquela gasta para a produção de proteína vegetal (2,2kcal/g).
Dietas à base de alimentos de origem vegetal (plant-based) são consideradas mais sustentáveis, sendo a dieta vegetariana estrita (vegana) a que oferece menos impacto ambiental. A pegada ecológica de dietas vegetarianas é menor tanto para a produção de CO2, consumo para o de água e o uso de terras. Estima-se que a mudança de uma dieta ocidental típica para padrões alimentares mais saudáveis poderia contribuir para a redução de até 80% da emissão dos gases do efeito estufa e uso de terra relacionados à produção de alimentos, além de redução de 50% da água utilizada.
Se a exclusão total de alimentos de origem animal não for uma possibilidade, a simples redução já pode ter impactos positivos muitos relevantes. A adoção de iniciativas como a Segunda Sem Carne (que visa não consumir carnes e derivados animais às segundas-feiras) ou a exclusão de alimentos de origem animal em apenas uma das refeições do dia, ao longo da semana, já terá grandes efeitos se todos adotarem estratégias assim.